O cuidado paliativo é uma parte essencial na programação do tratamento do paciente oncológico com doença avançada. Essa prática assistencial é realizada por uma equipe multidisciplinar que, além dos médicos, envolve psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros e outros profissionais. É sempre importante lembrar que o paciente é o centro do cuidado, dessa maneira, suas convicções, sua religiosidade e seus aspectos sociais serão respeitados.
Globalmente, apenas 14% dos pacientes recebem esse tipo de cuidado, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa estatística deve e precisa ser melhorada, já que esse tipo de abordagem impacta positivamente na qualidade de vida dos pacientes.
Quais são os objetivos do cuidado paliativo?
Existe uma série de objetivos, e abaixo destacamos alguns deles:
- melhora a qualidade de vida: esse é o centro do cuidado da equipe multidisciplinar;
- alívio dos sintomas e do stress: já há uma série de dados de estudos mostrando como essa abordagem atenua sintomas como, por exemplo, dor e quadros de ansiedade, que impactam na melhora da sobrevida dos pacientes;
- ajuda a definir os objetivos do tratamento: a equipe multidisciplinar auxília o paciente e familiares na estruturação do cuidado durante o tratamento. Também promove suporte à família, que é parte integrante no cuidado.
Todos os pacientes com doença avançada devem ter acesso à equipe de cuidados paliativos. Além de todos os benefícios já citados, o time multidisciplinar pode ajudar na transição do cuidado do ambiente hospitalar para o hospice*. Trata-se de uma estrutura para pacientes em terminalidade na qual o objetivo principal é o conforto e o suporte psicológico do paciente e da família. É importante durante a programação do tratamento avaliar essa possibilidade, afinal, o hospice* é um local especializado no suporte nessa fase da doença.
Lembre-se, o cuidado paliativo não é sobre morte, mas sobre a melhora da qualidade de vida durante o tratamento.
*hospice: são instituições de internamento com espaço físico próprio para acompanhamento, tratamento e supervisão clínica de doentes em situação clínica complexa e de sofrimento decorrentes de doença severa e/ou avançada, incurável e progressiva.
Por: Dr. Aumilto Augusto da Silva Junior
CRM: 123456-SP
Oncologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.